
Criada há apenas 46 dias, a empresa mineira 3D Minerals arrematou 116 áreas de minerais críticos em leilão da ANM em diversas regiões do Brasil, somando 6.462 km², por R$ 54,8 milhões. Mato Grosso tem 61 áreas, seguido por Bahia (22), Pará (18), Goiás (9), Roraima (3), Paraíba (2) e Rondônia (1). A companhia obteve 101 áreas de cobre, 13 de níquel, e duas de tântalo, todos minerais considerados estratégicos para setores de defesa, eletrônicos, veículos elétricos e baterias.
A 3D terá quatro anos de controle das áreas, prorrogáveis por outros quatro anos e pode vender direitos de pesquisa a terceiros. Criada em junho de 2024, a 3D tem capital social de R$ 5 mil e nunca tinha atuado no setor mineral.
Depois da empresa, a 3A Mining obteve 40 áreas, com um capital social de R$ 95,9 milhões, com base administrativa em São Paulo e operações conhecidas em cidades como Corumbá (MS). A terceira colocada foi a empresa Gestão de Ativos Brasil Administradora de Bens, que conquistou 17 áreas. A companhia tem sede em Santa Catarina e também acumula histórico de autorizações para pesquisa em terras raras.
A 3D Minerals ofertou também R$ 37,5 milhões após aval da ANM para corrigir um lance após a abertura dos envelopes por uma área de cobre no Pará e depois alegou erro, no que reduziu a proposta para R$ 3,7 milhões. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu suspensão do leilão, mas a corte entendeu que não houve motivo plausível e cancelou o negócio. Pelas regras em vigor, o leilão da ANM é realizado em duas etapas, sendo a primeira de oferta pública das áreas e a segunda, de leilão competitivo. Se uma área recebe apenas um interessado, ele pode requerer a área livremente. Se há mais de uma empresa interessada, abre-se a etapa dos lances.
No leilão de 2024, um total de 322 áreas de minerais críticos foram alvos de disputas. Com seus 116 requerimentos, portanto, a 3D Minerals venceu mais de um terço dessas ofertas.
O Ministério de Minas e Energia declarou que "a questão está sendo tratada pela ANM". A agência informou que "acompanha a execução das autorizações de pesquisa e pode adotar medidas previstas em lei caso haja descumprimento das obrigações assumidas". Segundo a agência, as regras da oitava rodada "não exigiam experiência prévia no setor mineral ou capital social mínimo, desde que o interessado atenda aos requisitos legais e cadastrais e efetue o pagamento do lance vencedor no prazo estabelecido".
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