A importância dos recursos financeiros para desenvolver tecnologia mineral

Na parte da tarde 9º. Encontro da Média e Pequena Mineração aconteceu o Painel ‘Tecnologia e Inovação para aproveitamento Mineral – desenvolvimento de competências e mecanismos de Apoio à PD&I’, que teve como palestrante Fernando Freitas Lins (CETEM/ Cons. Brasil Mineral), moderação de Reinaldo Sampaio (ABIROCHAS) e como debatedores José Menezes (Embrapii), Giorgio de Tomi (NAP.Mineração/USP), Valdir Silveira (SGB/CPRM) e Ricardo Grossi (Serra Verde).
Fernando Freitas Lins (CETEM/ Cons. Brasil Mineral) disse que há 6.500 empresas sem apoio e o desafio é fomentá-las com pesquisa, tecnologia e inovação por meio de techs, com o uso de transformação digital, como a inteligência artificial. “É necessário que as empresas recebam a CFEM”, disse ele, e propôs a criação de um fundo especial de mineração e programas de extensionismo mineral e de geologia.
A seguir, Reinaldo Sampaio (ABIROCHAS) disse que a mineração não tem o cuidado merecido, mas isso não a diminui, uma vez que o setor produz coisas essenciais para a sociedade. “A política mineral brasileira e uma política de desenvolvimento nacional são fundamentais para capacitar e alavancar a indústria mineral – a indústria das indústrias”. Para Sampaio, o setor mineral deveria receber a mesma importância que outros setores da economia têm recebido. “Se não integrarmos esses campos de interesse, será muito difícil avançarmos na questão da mineração estratégica”.
Giorgio de Tomi (NAP.Mineração/USP) disse que o pequeno minerador não tem acesso a crédito, então não faz pesquisa mineral de uma forma correta, mas ineficiente, sem conhecer o minério e suas características. “Com isso, o empreendedor vai impactar o meio ambiente e o social. Temos que validar políticas de incentivos para entregar os minerais críticos que atualmente estão em alta. Temos que apoiar essa operação e torná-la mais responsável com novas tecnologias”. Giorgio comentou da importância sobre os 5C + 1, que são a capacitação, cooperativismo, crédito, coexistência e certificação e a participação do CETEM.
Logo depois, José Menezes (Embrapii), comentou que a empresa ajuda empresas a inovar para ganhar competitividade. “Temos mais de 90 Centros de Pesquisa para coinvestir com a indústria e aplicar recursos financeiros em tecnologia para ampliarmos a capilaridade de startups, além de termos mais de 162 projetos em P&D para resíduos. O nosso modelo tem três atores: a empresa, a unidade Embrapii e a Embrapii Central Brasília”. A rede Embrapii tem 15 mil colaboradores, dos quais quase seis mil são doutores, mestres ou pós-doutores para investir em qualquer área da mineração para ajudar pequenos e médios empresários, que são estratégicos para o Brasil. Sobre a pequena e média mineração, Menezes acredita no coinvestimento para que todos ampliem o P&D junto aos pequenos e no fomento aos mesmos. “Queremos nos conectar com as pequenas”.
Valdir Silveira (SGB/CPRM) falou sobre a missão de gerar dados geocientíficos de qualidade com equipe altamente qualificada para atuar da parte geocientífica brasileira. “É invejável quando vemos a variedade de recursos minerais brasileiros e o Brasil possui, pelo menos, 90 commodities. “Estamos em um momento para a corrida espacial e de instabilidade política que demanda minerais críticos e o Brasil possui no mínimo um depósito mineral para cada demanda”. Silveira disse que o Brasil tem um acervo de dados muito grande para ser utilizado por inteligência artificial e investimento em pesquisa. “O Brasil não está atrasado em relação a outros países no que diz respeito a informações do setor para dar apoio à indústria mineral. Sobre inovação, todos os dados do SGB estão disponíveis para a sociedade, para o interessado conhecer tudo que já foi feito no passado e a projeção para os próximos dez anos. “Queria ressaltar que o SGB tem a responsabilidade de um grande País, mas na chegada dos recursos é como se fosse um país nanico. Estamos trabalhando em Borborema junto às escolas técnicas para que trabalhem junto aos mineradores e levando estes profissionais para gerar sinergia entre produtor e academia”.
Ricardo Grossi (Serra Verde) comentou que a mineradora produz terras raras há 17 anos em Minaçu, em um local com energia limpa e estrutura pronta. “A Serra Verde teve auxílio de diversas entidades de outros países e somos pioneiros ao produzir carbonato de terras raras fora da Ásia. Todos atualmente dependem da China, que possui os elementos há 40 anos. No nosso negócio, o conhecimento geológico é muito importante e a parte tecnológica não pode estar dissociada da pesquisa e do resultado operacional e financeiro”. Grossi concluiu que o Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo e muita parte de conhecimento geológico, que a própria Serra Verde realizou. Apostamos no risco e estamos prontos para atender a atual demanda mundial”. Ele acrescentou que as terras raras não são commodities, com um mercado muito concentrado na China e o Brasil e um país neutro, bem-recebido, e já fazemos a agregação de valor para separar as terras raras para chegar no meio da cadeia produtiva para investimento estrangeiro e nacional.
O 9º. Encontro da Média e Pequena Mineração tem patrocínio Ouro da XCMG, Metso, Geosol, Alpha Minerals, Ígnea – Geologia e Meio Ambiente e Governo de Goiás ; patrocínio Prata da Mineração Serra Verde e Hochschild e patrocínio Cobre da GE21 Consultoria Mineral, Aclara Resources, Lundin Mining, Hazemag, Companhia Brasileira do Alumínio (CBA) e U&M. O evento é realizado pela Brasil Mineral, Minde e Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM).
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