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GARIMPO ILEGAL

AGU pede ao Conama criação de cadastro sobre e posse de escavadeiras hidráulicas

Por evando
AGU pede ao Conama criação de cadastro sobre e posse de escavadeiras hidráulicas

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima), enviou ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) proposta de resolução para a criação de um cadastro nacional de informações ambientais sobre domínio e posse de escavadeiras hidráulicas. O objetivo é evitar o avanço do garimpo ilegal em terras indígenas, causado pelo uso ilegal e indiscriminado dos maquinários. O cadastro deve reunir informações prestadas por todos os órgãos do Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente (Sinima) sobre a apreensão dos equipamentos, fortalecendo a cooperação entre os entes da federação no exercício do poder de polícia ambiental. Consequentemente, os dados vão facilitar a fiscalização do comércio do maquinário e garantir mais efetividade na proteção das terras e dos povos indígenas.

A proposta é resultado de um trabalho de interlocução da AGU com a sociedade civil. O Greenpeace apresentou à instituição o estudo “Parem as Máquinas! Por uma Amazônia Livre de Garimpo”, acompanhado do resultado de inquéritos civis conduzidos pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre o tema. A partir da análise desse trabalho, “foi possível identificar que o uso das escavadeiras hidráulicas na mineração em terras indígenas tem provocado destruição em escala monumental”, como explica a procuradora-chefe da Pronaclima, Mariana Cirne. “Os equipamentos são capazes de substituir a mão de obra humana com grande rapidez e eficiência nessa atividade. Entretanto, no ato da fiscalização ambiental, não são encontrados os proprietários ou usuários”, completa.

Com foco na Lei 10.650/2023, que criou o Sinima, Convenção de Aarhus e a Convenção de Escaçu, a AGU propôs a criação do cadastro nacional, que torna obrigatória a inclusão de informações sobre posse e propriedade para proprietários, posseiros a qualquer título e empresas que comercializam esses equipamentos”, esclarece Mariana Cirne. Para entrar em vigor, a proposta precisa ser apreciada em termos técnicos e jurídicos pelas Câmaras especializadas que integram o Conama e, ao final, deve ser submetida à votação pelo Plenário, que é composto por representantes dos federal, estadual e municipal, além da sociedade civil, entidades empresariais e Ministério Público.
 

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