Quando fundou a Sotepa, nos idos de 1960, contando inicialmente com apenas um trator, Gumercindo Machado provavelmente não imaginou que estaria dando origem a um dos maiores players da atualidade atuando na prestação de serviços de movimentação de solo e rocha, com predominância no setor mineral - a U&M, que está completando meio século de atuação.
A empresa nasceu formalmente em 1975, fruto da união de duas outras empresas da mesma família: a Módulo, sucessora da Sotepa, e a Unienge, que era controlada por um filho de Gumercindo, Renato Machado.
Ao completar 50 anos, a U&M continua movida pelo sonho de ser a melhor empresa do mundo em movimentação de terra. Hoje, além de ser uma das maiores, ela é certamente a brasileira com maior expertise internacional na área de mineração, tendo atuado em países difíceis como a Zâmbia, na África, onde operou por vários anos uma mina de cobre de grande escala.
Cacife para alcançar o sonho não falta para essa empresa de origem familiar que ao longo do tempo se modernizou e se transformou em uma grande companhia, embora sem perder os valores que adota e preserva desde sua origem: Segurança e cuidado com as pessoas, Confiabilidade, Simplicidade, Ousadia e Inovação. Segurança e cuidado com as pessoas, porque segundo os dirigentes da U&M são elas que na realidade fazem a empresa; Confiabilidade, porque considera que sua imagem junto ao mercado e aos seus funcionários é muito importante; Simplicidade no trato com as pessoas, nos processos, em tudo que o que faz -- uma espécie de marca registrada da U&M -- porque julga que a burocracia deve ser evitada a qualquer custo, pois muitas vezes a complicação é uma arma de quem não sabe fazer as coisas direito; Ousadia e Inovação (outros dois valores que a diferenciam no mercado), porque não tem receio de fazer as coisas de forma diferente e porque considera que inovar é um caminho para a eficiência, principalmente num setor tradicional como é o da movimentação de terra. Dois bons exemplos desse espírito inovador são os projetos de desenvolvimento de tecnologia para tornar modelos antigos de caminhões em veículos autônomos e híbridos.
Opção pelo grande
A U&M foi a primeira empresa do ramo no Brasil a investir em grandes equipamentos e numa grande estrutura de manutenção e de treinamento próprio. Essa habilidade de formar pessoas, de ousar, de trabalhar de uma maneira diferente, formar gente, modificar os equipamentos, fazer a manutenção de um jeito que entende ser o melhor, foi o que trouxe a empresa até aqui, conforme seus dirigentes (*). Eles ressaltam que a empresa tem uma cultura que demorou anos para se formar. Mas são valores da família que a fundou e que mantêm a U&M até hoje, estando presente em cada ação das pessoas envolvidas com a empresa, algo que eles chamam de “sangue verde”, em referência às cores da marca da U&M. Um ponto importante nessa cultura é que ela vai muito além do tempo. Um exemplo é que há muitos anos a empresa está aberta à questão da diversidade, não fazendo distinção, nas contratações, se a pessoa é mulher, homem, negro, branco, índio, ou o que for. O importante é ser competente naquilo que faz e abraçar os valores da empresa. Da mesma forma, a questão da sustentabilidade socioambiental sempre fez parte da cultura da U&M e está presente também em projetos conduzidos por membros da família que estiveram no comando da companhia e que hoje estão no Conselho de Administração, como é o caso das iniciativas Moinho e Ibiti Projeto.
Crescimento
A fase mais forte de crescimento da U&M começa nos anos 2000, quando ela fez a aquisição dos primeiros caminhões fora de estrada e enviou pessoal para a Austrália, a fim de conhecer melhor o mercado de mineração.
Em 2003, a empresa começou as operações em grandes minas, mais especificamente na Vale, em Itabira, e adquiriu equipamentos novos no Japão. Na época, ela obteve certificação de qualidade pela ISO 9.000, em Segurança e Meio Ambiente. Em 2007, a empresa iniciou o processo de internacionalização e no ano seguinte implantou o SAP (algo bem à frente do tempo, porque somente empresas muito grandes usavam essa ferramenta) e começou a ser auditada pela Big Four Ernst Young. Mais recentemente, foi constituído o Conselho de Administração, incluindo conselheiros independentes.
Em 2016, a empresa lançou o programa sócio-funcionário, convidando alguns empregados para serem sócios. Eles podiam comprar ações subsidiadas e receber dividendos, como todos os sócios. Um aspecto importante é que o programa abrangia desde diretores até operadores de máquinas. Atualmente, quase 200 funcionários são sócios da companhia. Na avaliação dos gestores da U&M, o programa é um ganho para a organização, porque o funcionário que é sócio vai sempre querer o melhor para a empresa. E, para o funcionário, permite que o seu patrimônio seja alavancado com a valorização das ações. Cerca de 10% das ações da U&M são reservadas para o programa sócio-funcionário.
Veja a matéria completa na edição 450 de Brasil Mineral
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