
Apesar dos problemas operacionais no Brasil, durante o primeiro semestre de 2025 a Hochschild Mining apresentou mais um período de progresso constante em seus negócios, segundo o CEO da empresa, Eduardo Landin. “Permanecemos totalmente alinhados com nossa estratégia, que se baseia em quatro pilares principais: exploração brownfield, eficiência operacional, liderança em ESG e alocação disciplinada de capital. Esse foco estratégico claro continua a orientar nossas decisões e impulsionar nosso objetivo de gerar valor para todos os nossos stakeholders. Embora os desafios em nossa mina Mara Rosa tenham afetado o desempenho do primeiro semestre, estamos confiantes de que agora temos a equipe certa para impulsionar a recuperação. A revisão operacional e a suspensão temporária da planta nos permitirão estabelecer uma base para uma produção confiável. No futuro, essa equipe fortalecida também desempenhará um papel vital no avanço do desenvolvimento de Monte do Carmo”, disse o executivo.
No que se refere às operações, Landin afirmou que a principal mina da empresa, Inmaculada, no Peru, teve um desempenho sólido, com produção um ligeiramente acima das expectativas, atingindo 106.197 onças de ouro equivalente, enquanto a mina San José, na Argentina, registrou uma produção moderadamente menor do que o esperado, atingindo 52.769 onças de ouro equivalente e com um plano de produção que prevê um aumento na produção no segundo semestre. Já a operação de Mara Rosa, em Goiás, vivenciou um primeiro semestre desafiador, com as operações impactadas por chuvas sazonais mais intensas do que o normal e problemas de desempenho por parte dos contratantes. Essas condições restringiram o acesso a zonas de maior teor dentro da mina e agravaram ainda mais os problemas existentes com os processos de filtragem, atrasando os esforços de recuperação dos atrasos na remoção de rejeitos da mina, transferidos de 2024”, afirmou o CEO, informando que iniciou e liderou “uma revisão completa da operação, após a renúncia do nosso Diretor de Operações em maio. Essa revisão abrange todos os aspectos da mineração, processamento e licenciamento, e incluiu uma suspensão de quatro semanas da planta de processamento para realizar a manutenção essencial e permitir que o fabricante realizasse os reparos dos filtros mecânicos. As atividades normais de mineração continuaram durante todo o período”.
Ele informou que a produção de ouro no primeiro semestre em Mara Rosa totalizou 28.416 onças, acima das 14.354 onças registradas no mesmo período do ano passado, quando a operação estava em ramp up. “Durante o processo de revisão da mina, mantivemos o engajamento ativo com todos os nossos stakeholders, incluindo as autoridades locais e as comunidades, e estamos focados em restaurar o desempenho e explorar todo o potencial deste ativo. Como parte dessa revisão, conseguimos implementar rapidamente uma reorganização completa da nossa operação brasileira, incluindo a nomeação de um novo Gerente Geral para o Brasil”.
Quanto aos novos projetos, o CEO afirma que, no Brasil, os estudos de engenharia detalhada do novo projeto Monte do Carmo, no estado do Tocantins, estão em andamento e a licença de instalação já foi obtida. “Com o caminho de licenciamento substancialmente reduzido em termos de riscos e as lições aprendidas com nossa experiência em Mara Rosa sendo aplicadas, estamos preparando o projeto para uma possível decisão de construção em algum momento no primeiro semestre de 2026”.
Em termos financeiros, os resultados alcançados pela Hochschild refletem o aumento da produção e o aumento significativo nos preços das commodities no período em comparação ao primeiro semestre de 2024. A produção de ouro foi maior em comparação ao primeiro semestre de 2024 e, portanto, quando combinada com um aumento de 28% no preço médio do ouro alcançado, a receita aumentou 33%, para US$ 520,0 milhões, contra US$ 391,7 milhões no mesmo período de 2024. Mas o AISC atribuível foi bem maior no período, passando de US$ 1.432 no primeiro semestre de 2024 para 1.914 nos seis meses deste ano. Tal aumento é atribuído aos problemas de produção em Mara Rosa e custos mais altos na Argentina. Mesmo assim, o EBITDA ajustado de US$ 224,5 milhões (no primeiro semestre de 2024 foi de US$ 177,1 milhões) reflete principalmente os preços mais altos dos metais preciosos e o aumento dos níveis de produção, compensados por custos significativamente maiores.
“Nossa posição financeira permanece sólida, com boa geração de caixa de Inmaculada e o benefício dos preços mais altos dos metais preciosos durante o período. Em 30 de junho de 2025, reportamos caixa e equivalentes de caixa de US$ 109,8 milhões (31 de dezembro de 2024: US$ 97,0 milhões), com dívida líquida reduzida para US$ 202,3 milhões”, acentuou Landin.
No que se refere a perspectivas, o executivo disse que a Hochschild “permanece focada em manter a estabilidade de suas operações, ao mesmo tempo em que gerencia cuidadosamente os desafios operacionais no Brasil e as correspondentes pressões de custo. Em Mara Rosa, os testes na planta de processamento estão em andamento e o desempenho do filtro continua melhorando; no entanto, revisamos nossa previsão de produção para o ativo para 35.000-45.000 onças em 2025 (anteriormente 94.000-104.000 onças). Nossa projeção de produção para Inmaculada e San Jose permanece inalterada, o que significa que nossa projeção revisada de produção do Grupo é de 291.000-319.000 onças equivalentes de ouro (anteriormente 350.000-378.000 onças). Como resultado da previsão revisada em Mara Rosa, combinada com pressões inflacionárias sustentadas na Argentina, a mineração de áreas de fronteira de menor teor dos veios em San Jose e o impacto dos preços mais altos de metais preciosos sobre royalties e impostos de exportação na Argentina, atualizamos nossa orientação sobre o custo total de sustentação das operações para US$ 1.980 a US$ 2.080 por onça equivalente de ouro”, concluiu.
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