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FERTILIZANTES

Brasil busca alternativas com suspensão russa

Brasil busca alternativas com suspensão russa

Ministra da Agricultura viaja ao Canadá para contornar escassez de fertilizantes no mercado em razão da invasão russa na Ucrânia.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, viaja dia 12 de março para o Canadá, quarto maior fornecedor de adubos ou fertilizantes químicos em 2021, atrás apenas de Rússia, China e Marrocos. A ministra tem como objetivo contornar uma possível escassez de fertilizantes no mercado em razão da invasão russa na Ucrânia.

Dentre os nutrientes mais importantes, estão os chamados macronutrientes primários: nitrogênio (que faz a planta crescer), fósforo (faz a planta ficar forte) e potássio (que faz a planta amadurecer), sendo que o último é a maior dependência brasileira. O Brasil importa 95% do potássio que utiliza em suas lavouras e o conflito pode provocar uma onda de desabastecimento, impactando brutalmente a oferta e o preço dos produtos agrícolas. "Estamos dependentes da guerra para abastecer parte do mercado de potássio. Sem ele, pode haver frustração da próxima safra (que começa a ser plantada no segundo semestre)", disse uma fonte do setor. Como o Canadá figura entre os maiores exportadores do planeta, a saída foi buscar alternativas caso a situação se agrave.

Segundo dados da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, 80% do potássio utilizado no mundo é originário de países como Canadá, Israel, Rússia, Belarus e da Alemanha. Como a preocupação do governo é alta, a ministra da Agricultura pediu uma reunião com oficiais canadenses para saber o quanto a mais o país pode fornecer ao Brasil.

Brasil tem estoques para mais três meses

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) afirmou que o Brasil tem estoques de fertilizantes para os próximos três meses, de acordo com dados de agentes de mercado. “O volume atual encontra-se acima da média dos anos anteriores”, disse a associação, em nota.

Os países do Leste Europeu representam aproximadamente 25% ou nove milhões de toneladas de todo o volume que o Brasil importa anualmente. A Rússia é um dos maiores fornecedores do mundo de nitrogenados, potássicos e fosfatados. O cloreto de potássio que o Brasil consome é importado de Belarus, país aliado à Rússia no confronto contra a Ucrânia, e que tem sofrido sanções, assim como a nação governada por Vladimir Putin. O Brasil importa anualmente três milhões de toneladas de cloretode potássio.

As sanções impostas a Belarus fazem com que o Brasil deixe de importar 2 milhões de toneladas de potássio originadas no país, devido às medidas impostas por EUA e União Europeia antes do início da guerra na Ucrânia. A publicação dos embargos foi em 2021. A produtora belarussa (Belaruskali) está sancionada pelos EUA desde dezembro e, em consequência dos efeitos das sanções, a Belarusian Potash Company (BPC) declarou força maior em fevereiro de 2022. A companhia admitiu não conseguir cumprir contratos por problemas logísticos. Além disso, os importadores não conseguem efetuar pagamentos.

A Anda se refere aos nitrogenados como “mais um ponto de atenção”, em especial o nitrato de amônia, porque o Brasil importa “volume expressivo” da Rússia. As importações chegam a quase 100% das necessidades do país, segundo dados de consultores.

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