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GEOLOGIA

Brasil pode ganhar mais um Geoparque no RS

Brasil pode ganhar mais um Geoparque no RS

A região é rica em fauna e flora fossilífera, com destaque para os fósseis do período Triássico, que marca o surgimento de vários grupos de organismos.

O geógrafo espanhol Ángel Hernández Sesé e uma geóloga uruguaia Helga Chulepin estão percorrendo nove municípios gaúchos que integram o aspirante Geoparque Mundial Quarta Colônia. Caso o Geoparque receba chancela da agência especializada da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Brasil ganhará um novo Geoparque Mundial.

Os Geoparques Mundiais da UNESCO são áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável envolvendo as comunidades locais. O Geoparque Quarta Colônia teve a proposta elaborada em 2019, segundo explica o geólogo Michel Marques Godoy, do SGB-CPRM, que acompanha a comitiva da UNESCO durante esta semana no Rio Grande do Sul. A região é rica em fauna e flora fossilífera, com destaque para os fósseis do período Triássico, que marca o surgimento de vários grupos de organismos terrestres, entre eles os dinossauros mais antigos já registrados, com registro no Guinness World Records, além de mamíferos e da evolução das coníferas.

“A proposta começou a partir de uma demanda regional. Recebemos a visita de representantes dos municípios que compõem a Quarta Colônia na Superintendência do SGB em Porto Alegre e nos solicitaram a elaboração da proposta, iniciativa pioneira. Realizamos o mapeamento geológico e a pesquisa do patrimônio paleontológico, um trabalho que evoluiu para a atual proposta, em forma de dossiê, encaminhada para a chancela da UNESCO”. O trabalho envolveu profissionais das áreas de mapeamento e paleontologia. Além do geólogo, também participaram da elaboração da proposta a geóloga Raquel Barros Binotto e o paleontólogo Rafael Costa da Silva, também do SGB-CPRM, e o geólogo Henrique Zerfass, da Petrobras. O Geoparque Quarta Colônia se localiza na região central do Rio Grande do Sul e é formado por nove municípios: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins.

A geóloga Andrea Sander, acompanha a avaliação no Rio Grande do Sul, e destaca outras peculiaridades do aspirante a Geoparque Mundial. “Além dos terrenos onde se encontram fósseis animais ou vegetais de forma expressiva, também se destacam as características geomorfológicas da região, observando-se o contraste entre uma zona mais rebaixada e com relevo suave, na parte sul, e uma porção mais elevada e com relevo mais acentuado, ao norte, marcando a transição entre a Depressão Periférica e o Planalto da Serra Geral”, detalha a geóloga. “A região ainda apresenta uma mescla de culturas, com colonização italiana e alemã, os africanos que vieram escravizados, somadas aos povos originários, resultando em uma gastronomia exuberante”, completa.

Atualmente, existem 177 Geoparques Mundiais da UNESCO em 46 países, sendo três deles no Brasil: Araripe (entre Pernambuco e Piauí), Seridó (Rio Grande do Norte) e Caminhos dos Cânions do Sul (entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul), os dois últimos com propostas também elaboradas com base no trabalho de pesquisadores do SGB-CPRM. Maiores informações no link https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/earth-science-geoparks.

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