BRAVO MINING: Como viabilizar um projeto de classe mundial em apenas dois anos?

Depois de adquirir o ativo da Vale, o time liderado por Luís Azevedo decidiu fazer o IPO da Bravo na bolsa de Toronto
Em apenas dois anos de trabalho de prospecção mineral, período durante o qual realizou mais de 70 mil metros de sondagem a um custo bem abaixo da média brasileira e internacional, a Bravo Mining conseguiu dimensionar aquele que é considerado um dos melhores (se não o melhor) projetos de minerais do grupo platina das Américas. Trata-se do projeto Luanga, na Província Mineral de Carajás, um depósito de classe mundial que além de PGM contém ouro e níquel. Trata-se de uma das poucas fontes potenciais desse mineral crítico e escasso fora de regiões onde há o desafio de instabilidade política e numa jurisdição estável e amigável, sem complexidades de licenciamento e com boa infraestrutura, segundo o CEO da Bravo Mining, Luís Maurício de Azevedo. O feito levou a Bravo a ser eleita como Empresa do Ano do Setor Mineral na categoria Pesquisa/Prospecção Mineral – Médio Porte.
Em termos de recursos minerais, as (na categoria Medida & Indicadas), mais 5 milhões de onças (na categoria Inferidas), ou seja, 67% nas categorias de maior confiança, amparado por um extensivo programa metalúrgico tanto para os materiais de óxidos quanto de sulfetos. Aproximadamente 86% dos recursos medidos estão em profundidade de até 250 metros, o que significa um grande potencial de crescimento do depósito, já que a mineralização comprovadamente continua abaixo de 450 metros em algumas áreas do depósito. Um Estudo de Avaliação Preliminar (PEA) realizado em julho de 2025 indicou a viabilidade de uma operação a céu aberto com vida útil longa, larga escala de produção, baixo custo operacional, possibilitados pelas excepcionais vantagens de infraestrutura oferecidas na região em que se encontra o Projeto Luanga.
Além disso, de acordo com o CEO, a Bravo identificou uma mineralização do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold), tendo sido interceptados blocos com teores de 14,3% Cu e 3.3 g/t Au (com 11.5m de interseção) e 9,5% Cu e 2.1 g/t Au (8.8m). “Estas descobertas abrem um nova perspectiva para a Bravo, pois já se sabe que a Província Mineral de Carajás é uma área fértil para descobertas de cobre e Luanga está situado em um corredor contendo depósitos/operações de larga escala do tipo IOCG”. Ele lembra que Luanga está situado numa zona que dispõe de toda infraestrutura essencial para o desenvolvimento e operação de mina, incluindo acesso a energia renovável de baixo custo, água, estradas, ferrovia, porto e mão de obra especializada.
Motivos do sucesso
Conforme o CEO da Bravo, para entender o sucesso do projeto Luanga é preciso voltar no tempo, ou seja, se referenciar na experiência bem-sucedida da Avanco Resources, o primeiro empreendimento de cobre na região de Carajás depois de Sossego e Salobo, da Vale. “Na Avanco, nós conseguimos desenvolver uma mina, antes do prazo previsto, com menor custo do que o estimado e que atraiu o interesse de um grande grupo (OZ Minerals), superando todas as expectativas dos investidores e do próprio mercado, sendo pago um prêmio de 120% acima do valor de bolsa, nível até então não alcançado no mundo”, diz Luís Azevedo, acrescentando que isso proporcionou ao time uma confiança muito grande na qualidade dos ativos de Carajás. “Assim, quando a Vale nos convidou para olhar o ativo Luanga, tínhamos certeza de que estávamos comprando um ativo de qualidade e que a Vale não estava vendendo uma expectativa que não se realizaria”.
Depois de adquirir o ativo da Vale, o time liderado por Luís Azevedo decidiu fazer o IPO da Bravo na bolsa de Toronto, apesar de ser um momento difícil, pois em 2022 o mundo ainda enfrentava os transtornos da Covid 19. O executivo conta que procurouindicam a existência de 10,4 milhões de onças de paládio equivalente primeiramente o fundo BlackRock, que também participou da Avanco, e com o qual mantém credibilidade e alinhamento de ideias, e depois a Tembo Capital, “um private equity de altíssima qualidade” que atua no setor de mineração e que respeita a independência e autonomia da empresa financiada e, principalmente, atua com contribuição técnica relevante”.
Quando a Bravo recebeu o ativo da Vale, com 50 mil metros de sondagem, seu time percebeu que Luanga tinha todo potencial para se transformar em uma mina. Então a estratégia foi fazer uma rodada de captação de Pré-IPO, levantando cerca de US$9.0 milhões, seguida do IPO, onde levantou cerca de US$30 milhões, e assim buscou parceiros de sondagem, de laboratório, com quem também estavam alinhados e que tinham custo competitivo, com o objetivo de dedicar ao depósito a atenção que merecia. “Houve uma correção de rota, de fluxo de processo de um dos parceiros, para se adaptar à nossa necessidade, o que é muito importante”, acentua Luís Azevedo. Além disso, a empresa obteve o apoio da comunidade local, muito em função da confiança que havia conseguido angariar na região com a Avanco. E, em apenas dois anos, foram feitos 76 mil metros de sondagem. “Creio que nenhuma área no Brasil foi sondada naquela extensão nesse período, diz o CEO. No ano seguinte a Bravo captou outros US$ 18 milhões, perfazendo um total de US$ 57 milhões em evantamento de capital para o projeto.
Leia a matéria completa na edição 453 da Brasil Mineral
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