CBA tem lucro líquido de R$ 100 milhões no trimestre

O EBITDA ajustado cresceu 5%, saindo de R$ 314 milhões para R$ 331 milhões na comparação dos trimestres de 2021/2022.
A Companhia Brasileira de Alumínio registrou lucro líquido de R$ 100 milhões no terceiro trimestre de 2022, ante um prejuízo de R$ 41 milhões do mesmo período 2021, e vendas de 129 mil toneladas, um aumento de 4% sobre o terceiro trimestre do último ano. O EBITDA ajustado cresceu 5%, saindo de R$ 314 milhões para R$ 331 milhões na comparação dos trimestres de 2021/2022. As margens EBITDA, nos respectivos períodos de 14% e 15%, mostram a performance financeira saudável, apesar da manutenção das incertezas do cenário macroeconômico global no trimestre, que resultaram em queda do preço do alumínio na LME (-11% vs. 3T21). A receita líquida consolidada somou R$ 2,2 bilhões, 2% a menos em relação ao mesmo trimestre de 2021.
No segmento de primários, a receita líquida subiu 6% no trimestre, em relação ao mesmo período de 2021 por causa de um aumento de 4% no volume vendido e também no prêmio médio dos produtos primários nos períodos comparados. Em reciclagem, a CBA vendeu 30 mil toneladas no terceiro trimestre, um incremento de 34% em relação ao volume do mesmo trimestre do último ano, o que representa a integração da Alux, que contribuiu com sete mil toneladas no trimestre. O crescimento de 20% é efeito do aquecimento do mercado de autoconstrução, com reflexo positivo nas vendas de tarugos reciclados da Metalex, além do bom desempenho do mercado automotivo e de motos, que são os principais destinos dos produtos da Alux.
Em relação ao terceiro trimestre de 2021, o segmento de transformados caiu 12% em volume, totalizando 34 mil toneladas vendidas no trimestre. O principal driver de redução foi o menor volume de vendas para o setor de bens de consumo, em que o alumínio é utilizado para produção de eletrodomésticos, bicicletas, escadas, guarda-sol, cadeira de praia, entre outros. Nesse setor, a queda do consumo de panelas impactou o volume de chapas vendidas, porém, a performance continua superior ao patamar pré-pandemia. As vendas de panelas apresentaram alta relevante durante a pandemia devido à mudança de hábitos do consumidor. Houve também queda de 18% no volume de extrudados nos períodos comparados, mas com melhora na rentabilidade pela maior contribuição dos produtos da nova linha Primora.
Em contrapartida, a CBA registrou alta nas vendas de folhas para alguns subsegmentos de embalagens, como flexíveis (ex: embalagens de café, sachês de molho, bombons, sachês de sucos) e assépticas (ex: caixas de leite, sucos, iogurtes). Considerando os três mercados de atuação em embalagens (HHF, Assépticas e Flexíveis), a CBA cresceu mais que o mercado, com destaque para o aumento da participação no mercado de assépticas em comparação com o 2T22. Vale ressaltar que o market share da CBA no mercado de embalagens (excl.latas) é crescente desde 2019.
O consumo de alumínio primário global aumentou 0,6% no trimestre, puxado pela China, que tem mantido níveis de exportações acima do histórico e apresentado bom desempenho nos setores de transportes e energia. A produção de alumínio apresentou alta de 4,1% comparando com o mesmo trimestre de 2021, impulsionada principalmente pela China, que continuou o processo de restart de operações fechadas no ano passado. No Brasil, a demanda de alumínio manteve-se praticamente estável sobre o mesmo período do ano passado. O consumo de alumínio em 2021 apresentou crescimento de dois dígitos na maioria dos segmentos, reflexo da retomada da atividade industrial com o alívio das restrições referentes à Covid-19.
O terceiro trimestre de 2022 marcou o religamento da Sala Forno 3, o que refletiu aumento de capacidade de produção de alumínio líquido em 30 mil toneladas por ano. Neste trimestre, a CBA concluiu também a venda da refinaria de níquel de São Miguel Paulista, em linha com o objetivo da companhia em manter o foco no core business do negócio de alumínio. A CBA segue estudando alternativas para seus outros ativos de níquel. Um marco no trimestre foi a entrada da ação com o ticker CBAV3, no índice IBrX100 da B3, posicionando-se entre os 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro, apenas um ano após a conclusão do IPO.
Na agenda ESG, a CBA anunciou o primeiro projeto de certificação de créditos de carbono no Cerrado, através do Programa REDD+ Cerrado, pela CBA e Reservas Votorantim. A empresa definiu 11,5 mil hectares com capacidade de emissões médias anuais de 50 mil créditos de carbono. Na primeira emissão, foram gerados 316 mil créditos de carbono, referentes ao período de 2017 a 2021, que estão disponíveis para a venda através de leilão. Além disso, a CBA se uniu a outras empresas de diferentes setores na “Iniciativa Brasileira para o Mercado Voluntário de Carbono”.
O objetivo do grupo, coordenado pela McKinsey & Company, é estruturar ações-chave para desenvolver o mercado voluntário de carbono no Brasil e contribuir com o mercado global de créditos de carbono de alta integridade. Entre as principais entregas previstas, está a proposta de ações práticas para mitigar as maiores barreiras a esse mercado, incluindo mecanismos de ativação da oferta e demanda de alta integridade e ações de governança.
Nos indicadores de diversidade, a CBA atingiu 16,7% de mulheres no quadro total da Companhia no trimestre, versus 16,4% do trimestre anterior. Na liderança, esse valor é de 21% frente a 20% no 2T22. A CBA promove o curso técnico gratuito para capacitação de mulheres em parceria com o SENAI, visando o ingresso e atuação delas na indústria. Em Governança, o destaque foi a criação de um Comitê de Finanças, composto por três membros, um independente, todos com conhecimento comprovado na área. O Comitê é responsável por assessorar o Conselho de Administração nos assuntos financeiros.
A CBA aderiu também ao Programa Liderança com ImPacto, do Pacto Global da ONU no Brasil, que tem como objetivo atrair, engajar, sensibilizar e empoderar os líderes empresariais para acelerar a entrega dos ODS estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030. O CEO da CBA, Ricardo Carvalho passou a integrar os outros líderes e CEOs que estão mudando o jeito de pensar e fazer negócios em suas empresas, alinhando as práticas gerenciais e operacionais aos Objetivos Globais. Carvalho terá a missão de ser o porta-voz do ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação, que tem como meta fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
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