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10º MINERAÇÃO &/X COMUNIDADES

Como fomentar comunidades sustentáveis?

Por evando
Como fomentar comunidades sustentáveis?

Na sequência, houve a mesa-redonda ‘Comunidades Sustentáveis: Empoderamento, perenização, futuro’ que contou com os participantes Ana Cunha, Diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Othon Villefort Maia, Vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Cristiano Parreiras, Conselheiro do Sindiextra e diretor de Assuntos Corporativos da Morro do Ipê, Cristiane Holanda Moraes Paschoin, Gerente de Gestão Social da Nexa e a Diretora de Reparação da Vale, Gleuza Jesué, com a moderação de Renato Ciminelli, da Mercado Mineral/Brasil Mineral.

A primeira participante, Ana Cunha, disse que não existe sustentabilidade com desigualdade, seja qual for, para pensar em perenização e futuro. “Quando pensamos em cidades sustentáveis, temos que mudar a governança para um modelo colaborativo, em que o poder público, sociedade privada e comunidade possam ser mais eficazes e eficientes para trabalhar em conjunto e ter um pós-mineração que deixe contribuições para a comunidade. Para comunidades sustentáveis avançarem, temos que ter uma mudança mais rápida na gestão colaborativa”.

Logo depois, Cristiano Parreiras comemorou uma década de debates e com o ‘X’ cada vez mais diminuindo. “Estamos evoluindo para um trabalho mais efetivo, estruturado e menos assistencialista. Demos um primeiro passo que exige planejamento, ações, resiliência, entre outros, pois temos a mineração com o entorno das comunidades com uma visão maior, geração de oportunidades, pesquisa e a necessidade do trabalho do poder público”.

Cristiane Holanda comentou que para falar sobre comunidade sustentável e perenidade é preciso trabalhar esses conceitos, com valorização de equidade, diversidade, abordar mudanças climáticas e ir além da mineração. “Temos que nos questionar se estamos fazendo isso nos territórios onde operamos. A comunidade não é uma concessão e precisamos nos atentar aos contraditórios e fazer desse discurso a gestão para os negócios da mineração. É a nossa base saber dialogar com o contraditório e saber construir a partir dele. Todos os temas passam por aspectos sociopolíticos e precisamos estar atentos para contribuir nesse debate e ajudar a Nexa a pensar diferente. Temos que aliar nosso papel à política pública. A perenização passa pela construção dessas alianças, caso contrário, sustentabilidade não acontecerá”.

“Nós não vamos conseguir dialogar se não nos abrirmos para entender a complexidade das comunidades. Sempre nos especializamos em alguma área, mas quando se trata de um território o assunto é mais abrangente, para buscar mudanças, para não continuar no mesmo caminho. Precisamos de um olhar mais maduro para avançar e saber como relatar, por exemplo, o final de um projeto. A comunidade ficou preocupada pelo que viria com a saída da Nexa. “As pessoas sentiram o impacto positivo da mineração da Nexa no local, com a geração de emprego, renda. Para nós, é fundamental estar atento a aspectos sociopolíticos, ambientais, sociais e uma oportunidade de irmos além”.

Othon Villefort Maia disse que é interessante colocar em cheque os papéis de cada ente da sociedade, algo muito mais difícil atualmente; o segundo ponto trata dos conflitos de agenda, já que o poder público tem o ciclo de mandato, a mineradora o tempo de projeto e a sociedade tem outro ponto de vista. O objetivo comum compartilhado acontece mais pelas crises do que por agendas públicas em comum. Temos que olhar para as demandas emergentes da comunidade, como, por exemplo, as mudanças climáticas.

A Diretora de Reparação da Vale, Gleuza Jesué, trouxe ao debate a questão de legado x mineração. “Quando a Vale chega ao território, há o pedido de licença para entrar na comunidade para o desenvolvimento de um projeto e juntamente construir um legado, que passa por uma comunidade sustentável, emporada, perene e com visão de futuro, obrigatoriamente. É preciso desejo de ambas as partes para que esse legado seja construído, já que sem essas premissas não conseguimos avançar.  Em Brumadinho aprendemos muito para revisar os procedimentos e a forma de atuar junto às comunidades. “É preciso saber entender o outro lado e saber as demandas – muitas das vezes, simples e transformadoras. A construção coletiva é importante para debater com as comunidades os anseios e expectativas para chegarmos a uma comunidade sustentável no futuro. Não é só a comunidade que tem que ser socialmente responsável, mas a mineradora também. O negócio só é economicamente viável se for bom para ambos os lados. Em Brumadinho, temos a obrigação de fazer o melhor que conseguimos para que as famílias sejam verdadeiramente sustentáveis”.

Gleuza disse que a mineração não pode repetir o passado com o franco desenvolvimento, já que qualquer erro fica explícito mais rapidamente hoje em dia. É obrigatório ter respeito e empatia acima de tudo com as comunidades e saber ouví-las. O próximo passo da empatia é a compaixão para raciocinar e prever as suas atitudes no lugar do outro”.

A 10ª edição do Mineração &/X Comunidades contou com o patrocínio Ouro da Geosol, Metso, Samarco, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Brazilian Nickel, Kinross e Vale; patrocínio Prata da Bemisa, Nexa e AngloGold Ashanti; patrocínio Cobre da Aclara, Aura, G Mining Ventures e PLS, apoio e coordenação técnica da Integratio, além de ter o Sindiextra e FIEMG como entidades parceiras.

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