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10º MINERAÇÃO &/X COMUNIDADES

Como gerir os impactos da mão de obra flutuante?

Por evando
Como gerir os impactos da mão de obra flutuante?

O último painel da manhã do dia 28 do 10º M &/X C teve como tema ‘Gestão dos impactos da mão de obra flutuante’, com Arão Portugal, da AP Consultoria/Brasil Mineral e o Gerente de Pessoas, Comunicação, ESG e Facilities da Aura Minerals, Max Delfino. Arão comentou que muitas vezes o contingente que vai chegar numa comunidade é muito maior do que a própria população do território e isso gera preocupações. “A vivência do processo mostra que desde que feito com responsabilidade e respeito, conseguimos minimizar e mitigar os impactos. Temos que ter um diagnóstico social para saber como funcionam renda, saúde, educação, demandas, para entender onde colocar os recursos”. A comunidade tem que ser ouvida e a comunicação tem que ser um valor da companhia, que precisa entender o que é isso.

A população flutuante é formada por trabalhadores temporários que são contratados e posteriormente desligados do projeto. Além disso, essa população pode variar significativamente ao longo do tempo, a depender do estágio do projeto e da necessidade de mão-de-obra em projetos de saúde, segurança e educação, por exemplo. “O desafio é planejar a gestão com antecedência, pois a população flutuante pode estar mais sujeita a doenças, fazer um mapeamento da área de atuação do projeto e os impactos ambientais que podem ser significativos com a população, desmatamento e perturbação de habitats naturais. Em relação às oportunidades, um projeto mineral gera diversas chances para a população remota, com geração de emprego, renda, investimentos, além de trabalhar a infraestrutura e a diversidade cultural. A comunicação com esta comunidade tem que ser eficaz entre todas as partes, incluindo comunidades locais – elo fundamental para gerir a população flutuante. As empresas também devem assumir responsabilidade social pelos impactos e trabalhar para reduzir os efeitos negativos sobre as comunidades locais”.

Max Delfino complementou as palavras de Arão ao dizer que a Aura está com unidades de produção no Mato Grosso, Tocantins e Rio Grande do Norte, além de projetos de exploração no Mato Grosso e Pará. “O Aura 360 é nossa mandala que norteia tudo o que a companhia faz, é nosso DNA. Colaboradores são pessoas, comunidade e meio ambiente são respeito e cuidado e a empresa tem a gestão. Sobre a mão-de-obra flutuante um ponto forte é que se trata de gente de outra cultura, outras regiões e que podem gerar conflitos. O ponto social atende às demandas públicas locais, principalmente de moradia; na parte econômica traz a inflação temporária com uma dependência econômica da mineração, enquanto na parte organizacional tem o alto turnover, desafios na integração de segurança e cultura organizacional e o aumento de custos com logística, acomodação e treinamentos constantes”.

Somando tudo isso, Max diz que a empresa tem um desafio de gestão de como segurar a mão-de-obra treinada e capacitada pela empresa, o que impacta na gestão de clima organizacional, capacitação constante de novos treinadores, garantia de segurança e cultura corporativa com equipes temporárias e gestão de impactos na comunidade, com a percepção social, licenciamento e governança. “Em Currais Novos, a Aura investiu na capacitação da mão-de-obra local, desenvolvemos a economia local e construímos Borborema com 70% de mão-de-obra da cidade dentro do cronograma específico. Investiu também na capacitação de operadores que não tinham nenhuma experiência em mineração, além de um programa de trainee técnico, jovens aprendizes e estagiários potiguares. Outro ponto foi o investimento nos fornecedores locais para que atendam qualquer empresa e saíam do anonimato. A Aura trabalha com transparência, comunicação e verdade para atender às demandas das comunidades, tendo cuidado com as famílias de colaboradores e parceiros, para que tenham senso de pertencimento. “Investimos mais de R$ 40 milhões em um projeto no Seridó, que engloba uma adutora, uma ETE para deixar água com tratamento como legado para a comunidade”.

 

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