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Descarbonização e biodiversidade: os compromissos do setor mineral na COP 30

Descarbonização e biodiversidade: os compromissos do setor mineral na COP 30

O setor mineral brasileiro quer ser protagonista e levar para a COP compromissos concretos, mensuráveis e monitoráveis.

Sob o tema “Compromissos do Setor Mineral rumo à COP30: Descarbonização e Biodiversidade”, o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, e o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, apresentaram uma visão conjunta do futuro da mineração brasileira — uma mineração mais verde, mais inclusiva e mais próxima da sociedade, na abertura do segundo dia do Congresso do Ibram.

“Chegou a hora do compromisso”, afirmou Jungmann, ao destacar que o Brasil, ao sediar a COP30, assumirá durante um ano a presidência das negociações climáticas globais. “O setor mineral brasileiro será protagonista e vai levar para a COP compromissos concretos, mensuráveis e monitoráveis”, reforçou.

Entre as cinco metas apresentadas pelo Ibram, ele destacou:

  • Aumentar em 15% o uso de fontes renováveis na matriz energética do setor até 2030, alinhado à meta global de triplicar as energias limpas.
  • Ampliar em 10% o ganho líquido de biodiversidade, reforçando o papel da mineração como guardiã de áreas naturais.
  • Reduzir em 10% o uso de água nova por tonelada produzida, promovendo eficiência hídrica e reuso.
  • Elaborar 30 planos municipais de adaptação climática em territórios mineradores até 2030, com base no Índice de Progresso Social.
  • Adotar padrões de governança e métricas climáticas globais, fortalecendo a transparência e a cooperação no setor.

“A mineração ocupa apenas 0,052% do território nacional — menos que um corner de campo de futebol, mas temos uma responsabilidade que vai muito além do nosso tamanho físico. Somos parte essencial da transição energética e precisamos mostrar isso ao mundo”, afirmou Jungmann.

Na sequência, o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, apresentou a visão da companhia para uma “mineração do futuro” — tecnológica, circular e socialmente responsável.

Pimenta afirmou que o desafio da indústria é “furar a bolha” e mostrar à sociedade que “o mundo é melhor pelo que a mineração faz”. Segundo ele, o setor precisa provar que é possível gerar riqueza, reduzir impactos e melhorar a vida das comunidades.

Entre as principais frentes apresentadas pela Vale, estão: Expansão da produção de cobre, essencial para a eletrificação e transição energética, com investimentos de R$ 70 bilhões no projeto Novo Carajás; Eliminação das barragens a montante até 2035 e transição para o empilhamento a seco — “85% da produção da Vale já é livre de barragens”, destacou; Descarbonização dos escopos 1 e 2, com redução de 33% nas emissões até 2030 e uso de energia 100% renovável no Brasil; Inovação em produtos de baixo carbono, como o briquete verde, que reduz em 10% as emissões na produção de aço; Preservação ambiental em larga escala, com mais de 800 mil hectares protegidos em Carajás — “cinco vezes a cidade de São Paulo” — e planos para expandir esse modelo.

Pimenta também reforçou o compromisso social da empresa, citando o programa que busca tirar 500 mil pessoas da pobreza nos territórios mineradores, em parceria com a Universidade de Oxford. “Não é caridade, é desenvolvimento. Queremos criar condições para que as pessoas caminhem sozinhas”, afirmou.

Mineração regenerativa e digital

O executivo apresentou ainda os pilares da mineração do futuro que a Vale quer antecipar: Operações inteligentes e autônomas, com caminhões automatizados e sensores capazes de prever falhas antes que ocorram; Minas minimamente invasivas, com menor uso de solo e água; Produção circular, reaproveitando rejeitos e estéreis — “já produzimos 20 milhões de toneladas a partir de materiais reprocessados”, disse; Compartilhamento de valor, com foco em comunidades e no pós-mineração; e preparação da força de trabalho do futuro, com novas competências tecnológicas e digitais.

“Queremos que as comunidades nos chamem para ser vizinhos. Ser vizinho da Vale tem que ser algo positivo”, resumiu Pimenta, ao encerrar sua fala com uma provocação: “Sem essa mineração do futuro, qual será o futuro da mineração?”. (Mara Fornari)

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