
Foi lançado recentemente, em São Paulo, o livro “Gestão de Desastres e Governança: os caminhos para uma sociedade resiliente”, idealizado por Eugenio Singer, profissional com expertise em meio ambiente e sustentabilidade, que dirigiu os projetos do maior programa ambiental do Brasil: a gestão do desastre causado pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). O livro é considerado uma referência valiosa sobre o tema em termos de condutas e governança aplicada a ocorrências deste gênero.
A obra tem a participação de diversos autores, como Celso Sekiguchi, Leticia Hirosue, Maristela Bernardo e o próprio Eugenio Singer, que estiveram envolvidos em desastres ambientais de grande proporção, e decidiram levar sua experiência ao mercado. Singer mostra também o conhecimento à frente de empresas multinacionais de consultoria ambiental, como ERM, AECOM, ABS e RAMBOLL, nas quais conduziu importantes projetos para setores como o de mineração, petróleo e gás, energia, entre outros. Editado e distribuído por Inês McGee e Ivo Donayre e com o apoio do Instituto Pharos, o livro aborda o cenário da evolução da gestão de desastres no Brasil e no mundo, os aspectos legais e de responsabilidade civil ambiental, as vulnerabilidades e direitos humanos, a importância da reparação integral e os desafios para a proteção social, o gerenciamento de riscos e as medidas necessárias para se evitar que desastres se repitam. Também aponta as ferramentas para identificar ameaças, avaliar vulnerabilidades e implantar medidas preventivas, entre inúmeros outros pontos. “Acompanhei de perto as consequências da ruptura da barragem de Fundão, da Samarco, e os desafios para se garantir que a população atingida fosse adequadamente ressarcida e recebesse uma reparação integral. A partir daí, idealizei este livro com o objetivo de traduzir essa experiência e criar referências para auxiliar as partes interessadas a lidarem melhor com os riscos e as consequências dos desastres ambientais”, afirma Singer, que contou com a experiência de 22 especialistas que também atuaram no desastre de Mariana.
O tema abordado pelo livro é tratado em diversas esferas – das ciências sociais e econômicas à engenharia, a gestão de desastres tem como questão central a governança, a resiliência e o acesso à tecnologia e recursos. “É preciso tratar a questão dos desastres sob a ótica da prevenção, da promoção socioambiental, dos caminhos da resiliência, de transformação e, principalmente da governança”, destaca Singer, que no momento elabora e apresenta aos governos um Plano de Reconstrução Resiliente de Adaptação Climática para o Estado do Rio Grande do Sul.
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