FIEMG considera CNPM passo importante para o futuro industrial e tecnológico

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) considera a medida um passo estruturante para o futuro industrial e tecnológico do Brasil .
Com a criação pelo Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) de um grupo de trabalho dedicado aos minerais críticos o Brasil começa a se posicionar como um ator estratégico nesse novo cenário global ao lado de China e Estados Unidos. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) considera a medida um passo estruturante para o futuro industrial e tecnológico do Brasil ao abrir caminho para uma política nacional capaz de conectar mineração, inovação e indústria, áreas consideradas essenciais em um contexto de transição energética e de reconfiguração das cadeias globais de valor. “A criação desse grupo é um passo essencial para que o Brasil alinhe seus esforços em torno de um projeto de desenvolvimento que una segurança energética, economia verde e industrialização. São ações como esta que podem dar as respostas que o país precisa”, afirma Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.
O movimento acontece em um momento em que Washington procurar aproximar-se do Brasil para diversificar o fornecimento de minerais estratégicos e reduzir a dependência chinesa. De acordo com Roscoe, o diálogo entre governo e indústria é fundamental para transformar o potencial mineral do país em oportunidades concretas de investimento. “O Brasil está no caminho certo ao estabelecer um espaço de diálogo estruturado sobre os minerais críticos, capaz de transformar seu potencial mineral em desenvolvimento industrial sustentável e de alto valor agregado. A FIEMG está pronta para contribuir com essa agenda, oferecendo sua experiência técnica e seu compromisso com o setor”, destaca.
A FIEMG já vem se preparando para esse novo cenário global. Em 2023, adquiriu um Laboratório de Terras Raras, o CIT SENAI ITR, localizado em Lagoa Santa (MG) — o único do Hemisfério Sul. O projeto tem como meta impulsionar a cadeia de valor de materiais estratégicos no Brasil, apoiando pesquisas e soluções voltadas ao refino e à industrialização desses minerais. Atualmente, a planta-piloto do laboratório opera com testes programados, com previsão de avanço para operação industrial nos próximos meses.
O Laboratório da FIEMG ocupa posição relevante no novo mapa global das terras raras, em um cenário de crescente interesse internacional por reservas estratégicas e de desafios regulatórios e ambientais para o desenvolvimento sustentável do setor. Experiências internacionais mostram que o sucesso dessas políticas depende da integração entre governo, indústria e centros de pesquisa. O Canadá, por exemplo, lançou em 2022 sua Critical Minerals Strategy, destinando cerca de 4 bilhões de dólares canadenses para estimular exploração responsável, refino local e inovação tecnológica. Já a Austrália adotou sua Critical Minerals Strategy 2023–2030, voltada ao fortalecimento das cadeias domésticas e à redução da dependência externa. “O desafio agora é definir qual será o papel do Brasil nesse cenário. Esperamos que seja como protagonista na construção de uma indústria tecnologicamente avançada, capaz de atender tanto à demanda global quanto aos interesses nacionais de desenvolvimento”, afirma Roscoe.
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