
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) lançou recentemente o estudo inédito “Recursos Minerais para a Construção: Panorama Setorial Paulista”, um levantamento que reúne dados inéditos e análises sobre a importância econômica, social e ambiental da mineração paulista voltada ao setor da construção. O estudo aponta que em todo o estado de São Paulo há 776 empreendimentos ativos, responsáveis por uma produção bruta superior a 150 milhões de toneladas de minérios por ano e pela geração de mais de 13 mil empregos formais diretor. O coordenador do Grupo de Trabalho de Mineração do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic) da Fiesp, Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, ressaltou o papel estratégico da atividade, lembrando que a extração de minerais não metálicos como areia, brita, calcário e argila é essencial. “Esses recursos constituem a base para atender às demandas crescentes de moradia e infraestrutura”.
Atualmente, a mineração paulista responde por 70% da areia industrial do Brasil, 50% da areia comum, 30% da brita e 16% da argila. “Mais do que números, o estudo mostra o quanto essa atividade é estratégica para o crescimento urbano e regional”, disse Pedrosa. Contudo, o setor enfrenta os desafios do excesso de peso no transporte rodoviário e leis municipais que inviabilizam a mineração sustentável. “Por meio do CadMinério, que é o Cadastro Estadual de Pessoas Jurídicas que comercializam produtos e subprodutos minerais, é possível reduzir a informalidade”, acredita o coordenador. Outro ponto apontado por Pedrosa é excesso de peso no transporte rodoviário, especialmente de agregados, o que compromete a estrutura viária e coloca em risco a segurança dos usuários. Mais fiscalização é o caminho adequado, mas o maior entrave, de acordo com o executivo. “Alguns municípios expulsam a atividade mineradora de seu território, e geram impactos econômicos e sociais significativos”, alertou Auricchio. “Defendemos que a regulação seja regional ou estadual, evitando extremos de centralização federal ou municipalização total”.
A diretora da Divisão da Cadeia Produtiva da Mineração (Comin) da Fiesp, Sandra Maia de Oliveira, observou que o setor compreende a necessidade de aliar produção à extração consciente dos recursos e que essa preocupação já é inerente ao plano de negócios de muitas mineradoras. “Atualmente, empresas investem em recuperação de áreas, uso racional de água, eficiência energética e gestão de resíduos”. Para Sandra, o papel estratégico da mineração é essencial e é preciso encontrar caminhos para torná-la ainda mais integrada às políticas públicas de desenvolvimento com foco na sustentabilidade, na inovação e na geração de valor para a sociedade. “A mineração moderna entende que cuidar do meio ambiente é parte essencial do negócio e não um obstáculo do seu desenvolvimento”.
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