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INVESTIMENTOS

Fundo proposto pelo BNDES poderá ter aportes de R$ 3 bilhões

Por evando
Fundo proposto pelo BNDES poderá ter aportes de R$ 3 bilhões

O Fundo de Investimento em Participações (FIP) para financiar projetos de mineração, idealizado pelo BNDES poderá contar com aportes iniciais superiores a R$ 3 bilhões. Foi o que afirmou a gerente de fundos de investimentos do BNDES, Lívia Faria, em painel durante o Invest Mining Summit 2024, evento realizado na sede da B3, em São Paulo, no dia 8 de outubro. Segundo ela, afora os aportes que deverão ser feitos pelo BNDES e Vale, no valor de até R$ 500 milhões, outras instituições do setor financeiro já manifestaram intenção de aportar até R$ 3 bilhões. 

No mesmo painel, Mauro Barros, diretor da Ore Investiments, que compõe o consórcio escolhido para gerir o fundo, juntamente com a JGP BB Asset, disse que o FIP terá 10 anos de existência, sendo 4 anos de período de investimento e seis anos de desinvestimento. Ele disse que os gestores vão buscar um retorno de 20% a 25% ao ano, o múltiplo de capital investido será de 3 a 5 vezes e o retorno previsto é de IPCA mais 8%. 

“Isso está em linha com o que se vê no mercado internacional, de fundos em recursos naturais, em mineração. Existem poucos fundos no mundo, então temos que trabalhar para trazer para a realidade brasileira. E como estamos falando de ativos mais em estágio inicial, o retorno tem que ser maior, por conta do risco associado”, diz Mauro Barros.  

Ele acrescentou que o fundo pretende fazer de 10 a 15 investimentos em ativos pré-implantação ou pré-Capex e cerca de 5 investimentos em Capex e em operação. “Devemos montar um portfólio principalmente carregado em pesquisa mineral, mas também com exposição em ativos em desenvolvimento e operação”. 

Sobre o portfólio de commodities, Barros afirmou que o fundo vai abranger todas aqueles minerais e metais considerados estratégicos e críticos, sendo 25% em minerais para baterias, 25% em minerais estratégicos, 25% em metais básicos e 25% em fertilizantes, podendo ocorrer alguma variação nesses percentuais. E que será buscado um retorno maior (de cerca de cinco vezes) nas empresas mais em estágio inicial e duas a três vezes naquelas investidas na fase de Capex. 

O dirigente explicou que, no processo de investimento, os gestores vão fazer análise técnica do ativo e que vai haver um comitê de investimento que trabalhará em conjunto incluindo a parte de ESG e fund raising em conjunto com a JGP BB. “No crivo técnico, avaliaremos geologia, engenharia, infraestrutura, projeção de preços das commodities. E um ponto que importa muito é o valuation de entrada”, porque muitas vezes o empreendedor infla o valuation dos ativos. Mas o setor não aceita valuations muito inflados. Nós vimos isso com o lítio há mais tempo. Muitas vezes o empreendedor se espelha nos melhores casos, que são 1% do total e se esquece de considerar o resto da distribuição, que está com um valuation muito mais realista”. 

Por fim, ele disse que, nos casos de desinvestimentos, será priorizado o mercado brasileiro, como a B3, M&A e investidores financeiros locais, para o fundo seja, de fato, um veículo de desenvolvimento.

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