Implosão no Brasil poderá ganhar premiação mundial

A implosão do antigo Hotel Urupema, em São José dos Campos (SP), poderá ganhar o prêmio de melhor implosão no mundo, o WDA (World Demolition Award).
A implosão de um edifício, onde antes funcionava um hotel em São José dos Campos (SP), poderá ganhar o prêmio de melhor implosão no mundo, o WDA (World Demolition Award). De acordo com o responsável pelo projeto, engenheiro de minas Manoel Jorge Dias (conhecido no meio e na mídia como Manezinho), além dos diversos desafios apresentados, a implosão é um marco, já que foi realizada em 16 de novembro de 2025, mesma data, há 50 anos, em que foi realizada a primeira implosão no Brasil, na Praça da Sé, no coração de São Paulo, coordenada pelo também engenheiro de minas Hugo Takahashi, pioneiro das implosões no Brasil, com quem o engenheiro Manezinho passou a atuar a partir de julho de 1987, participando da implosão do edifício da CESP, na avenida Paulista, em São Paulo, e que teve repercussão mundial.
Entre os desafios da implosão do Hotel Urupema, em São José dos Campos, o engenheiro Manezinho cita:
- Proximidade do Edifício Apolo, com a torre do elevador a somente 3 metros de distância;
- A autorização da operação esteve sob o crivo do Ministério Público, “que acabou se manifestando com um verdadeiro atestado de Capacitação Técnica para a Operação”;
- Existência de um hospital a menos de 30 metros do local da Implosão;
- Necessidade de abordagem junto à vizinhança, com palestras de esclarecimentos nos condomínios, na OAB e no SESC;
- Pontualidade no horário do evento, de acordo com o Plano de contingenciamento da Defesa Civil;
- Constatação de que não houve nenhuma reclamação quanto à presença de poeira em nenhum das centenas de apartamentos no entorno da operação;
- Uso do artifício de instalação de cabos de aço, para garantir que a torre do elevador e escadarias, a apenas 3 metros de distância do Edifício Apolo, caísse na área de projeção do terreno;
- Necessidade de instalação de uma camada de pneus no subsolo e no estacionamento do edifício implodido, para amortecer a queda do prédio, mitigando os efeitos das vibrações;
- Realização de monitoramento sismográfico, com instalação de 8 sismógrafos em pontos críticos, constatando “que os níveis de vibração ficaram muito aquém dos limites impostos pela norma NBR 9653, da ABNT”;
- Um trabalho bem sucedido de coordenação e planejamento da Defesa Civil de São José dos Campos;
- Uso de espoletas eletrônicas;
- Redução dos materiais, através da fragmentação mecanizada pós implosão, reutilização e reciclagem de todo o material, contemplando o conceito de sustentabilidade;
- Uso de protocolos para mitigar o efeito da poeira, tais como a instalação de 40 piscinas de crianças, de 1.000 litros, no topo do prédio, equipe de brigadistas com waps no topo do edifício Toulon, ao lado, lançando água sobre a poeira, no momento da implosão e instalação de mangueiras de incêndio no topo do prédio.
Como destaca o engenheiro Manezinho, apesar de vários prédios envidraçados nas proximidades, não houve quebra de um vidro sequer.
Outro feito inédito, tanto no Brasil quando no exterior, foi o uso de drones gigantes para minimizar os efeitos da poeira.
Além disso, trata-se da primeira implosão no Brasil com participação de uma mulher na equipe técnica que esteve à frente da implosão, no caso a engenheira de minas Jaqueline Moreira, da empresa Enaex.
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