
O novo CEO da Jaguar Mining, Luís Albano Tondo, que assumiu o cargo no início de agosto (antes ele ocupava o cargo de vice-diretor executivo), está otimista com as possibilidades de avanço nas atividades de exploração da empresa em Minas Gerais. Ele observa que a Jaguar Mining detém a segunda maior área de ouro no Quadrilátero Ferrífero, em um greenstone belt que foi responsável pela maior produção de ouro nos últimos 200 a 300 anos no País. “Temos mais de 45 mil hectares nessa área, grande parte ainda inexplorada. Para explorar esse potencial, estamos avançando com um plano de exploração de cinco anos para áreas já exploradas, projetado para maximizar o valor em todas as concessões minerais. Com essa área, ficamos atrás apenas da AngloGold Ashanti na região. Acreditamos que é uma área muito prolífica para encontrar mais ouro”.
Ele salienta, ainda, que recentes perfurações em uma zona da mina Pilar revelaram uma interceptação notável de 2,8 gramas de ouro por tonelada, com extensão de 25 metros, “o que confirma uma mineralização robusta e de alta qualidade em profundidade nesse corpo de minério”. Ele acredita que essa zona poderá vir a contribuir com cerca de 50% da produção futura da mina Pilar, que hoje está sendo responsável pela maior parte da produção da empresa, já que a mina Turmalina ainda está com operações suspensas, devido a um incidente com uma pilha de rejeitos. Atualmente a empresa está avançando o desenvolvimento da mina Turmalina com a meta de atingir 300 mil toneladas por ano, o que deve acontecer até 2026, com a retomada das operações já autorizada pelos órgãos competentes. Outras possibilidades em termos de exploração são o projeto Onças de Pitangui e áreas já exploradas ao redor do complexo Paciência.
O novo CEO disse que a empresa está trabalhando atualmente em três pilares: maximizar os ativos principais (o que inclui garantir o reinício seguro e eficiente das operações em Turmalina), acelerar a exploração para desbloquear todo o potencial dos 45 mil hectares de concessões minerais e buscar oportunidades estratégicas de crescimento.
Para ele, os resultados do segundo trimestre, quando a empresa produziu 10.973 onças de ouro, contra 16.829 onças em igual período de 2024, refletem os pontos fortes e os desafios que a empresa tem pela frente. O lado positivo é que houve um aumento de 3% na produção da mina Pilar, com um desempenho operacional muito forte, o que, juntamente com os altos preços do ouro, ajudou a manter uma posição de caixa sólida. “Ao mesmo tempo, enfrentamos um ano de produção menor em relação ao ano anterior, devido à suspensão das operações na mina Turmalina”, diz Luís Albano, acrescentando que o mais importante, para os investidores, é “reconhecer a resiliência e a adaptabilidade de nossas operações”.
Segundo Albano, apesar dos desafios, a empresa continua bem capitalizada e estrategicamente posicionada “para entregar o que acreditamos ser o valor de longo prazo para a empresa. Temos a flexibilidade e a solidez do balanço patrimonial para navegar por este período tradicional, enquanto continuamos buscando tanto o crescimento orgânico quanto oportunidades estratégicas de crescimento. Ao longo dos últimos meses, fizemos progressos significativos no sentido de retomar as operações em Turmalina. Temos um plano que está sendo cumprido e estamos muito bem encaminhados. Parte do plano era, em primeiro lugar, negociar a indenização para as pessoas. Finalizamos um acordo de indenização com a comunidade, no valor aproximado de US$ 10 milhões. Em seguida, também pagamos nossa multa ambiental, que era de mais US$ 11 milhões, o que foi feito nas últimas semanas. Recentemente, obtivemos aprovação para prosseguir com os trabalhos preparatórios essenciais na mina Turmalina, incluindo o desenvolvimento de uma rota de acesso secundária para os corpos Faina e C8, e outras modificações importantes no sistema de ventilação da mina. Isso significa que já estamos trabalhando dentro da mina para que ela esteja preparada quando pudermos suspender todas as outras restrições e começar a produzir imediatamente”. A expectativa é que o reinício das operações ocorra no primeiro trimestre de 2026.
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