Morro do Ipê e Porto Sudeste estão à venda por US$ 5 bilhões

A intenção dos dois grupos é negociar o pacote completo (mina e porto), a fim de maximizar o valor. A expectativa é que o negócio esteja concluído ainda em 2026.
Os grupos Mubadala (fundo soberano de Abu Dhabi) e Trafigura (trading internacional de commodities) estão negociando a venda da Mineração Morro do Ipê, em Minas Gerais, e Porto Sudeste, no litoral do Rio de Janeiro, pelo valor de US$ 5 bilhões. Para estruturar a venda e conduzir a negociação com interessados, os grupos nomearam os bancos Goldmann Sachs e UBS BB. Se concretizada a venda e o valor da transação, será um dos principais negócios no segmento de minério de ferro e logística realizado no Brasil nos últimos anos. A intenção dos dois grupos é negociar o pacote completo (mina e porto), a fim de maximizar o valor. A expectativa é que o negócio esteja concluído ainda em 2026.
A Mineração Morro do Ipê S.A. localizada em Brumadinho (MG), foi criada em março de 2016 e iniciou suas atividades em fase pré-operacional no mesmo ano, através da aquisição de ativos da MMX Sudeste Mineração S.A., pelo valor de R$ 137,2 milhões. A empresa possui as minas Ipê e Tico-Tico e registrou uma produção da ordem de 3,4 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024, fechando o exercício com um prejuízo líquido de R$ 311 milhões. Ainda em 2024, a companhia iniciou o “ramp-up" da mina Tico-Tico, que tem potencial para atingir a produção de até 6,0 Milhões de toneladas de produto acabado de "pellet feed", com 65% de ferro.
O Porto Sudeste, um terminal portuário privado focado em minério de ferro, tem capacidade para movimentar 50 milhões t/ano e pode receber navios de grande porte, o que aumenta sua atratividade.
Os ativos (principalmente o porto) atraem a atenção de mineradoras internacionais que buscam segurança no suprimento de minério e de grandes players no segmento de minério de ferro no País, incluindo a Vale, que teria uma saída adicional para embarque de minério no Sudeste, mas poderia enfrentar problemas de aprovação da transação no CADE.
De acordo com analistas, apesar do valor elevado, o negócio pode interessar mais a players nacionais, já que a otimização da capacidade de infraestrutura torna-se cada vez mais importante, devido à mudança nos padrões de demanda favorecendo os minérios de alto teor e esquemas de suprimento mais consistentes. Os exportadores brasileiros precisam balancear flexibilidade de produção com custos fixos e manutenção da infraestrutura de exportação.
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