Novos controles de exportação da China podem prejudicar medicina

Novos controles de exportação de terras raras pela China ameaçam a produção global de equipamentos médicos de alta tecnologia, impactando a inovação e o crescimento do mercado.
Segundo a empresa especializada em dados e análises GlobalData, atualmente a China domina o refino de terras raras e o aumento das restrições pode interromper a produção, atrasar a inovação e desacelerar o crescimento do mercado de equipamentos médicos de alta tecnologia em todo o mundo. A China quer ampliar controles de exportação de 12 metais de terras raras, essenciais para a fabricação de scanners de ressonância magnética (RM), sistemas de raio-X e dispositivos de cirurgia a laser, o que representa novos riscos para as cadeias globais de suprimentos de dispositivos médicos.
O país asiático responde por mais da metade da extração de metais de terras raras e por quase todo o refino desses metais e anunciou controles adicionais de exportação em resposta às restrições dos EUA à fabricação de chips na China, devido ao receio de que chips avançados possam ser usados em aplicações militares. Os novos controles de exportação reforçam as restrições existentes sobre sete metais de terras raras, incluindo gadolínio, disprósio e ítrio. Além disso, as novas restrições adicionam cinco novos metais a esta lista, incluindo hólmio, túlio e európio.
A fabricação de dispositivos médicos é altamente vulnerável a qualquer mudança na cadeia de suprimentos de metais de terras raras. Devido ao monopólio efetivo da China no refino de terras raras, fontes externas não conseguirão atender ao aumento da demanda se a China decidir restringir ainda mais as exportações desses elementos”, diz David Beauchamp, analista médico da GlobalData.
Os setores mais vulneráveis incluem máquinas de ressonância magnética e diagnósticos por raios X; no entanto, qualquer dispositivo médico que utilize chips de computador também pode enfrentar dificuldades de fabricação. Novas operações de extração e refino desses metais podem levar vários anos para iniciar a produção e teriam que superar a liderança de décadas da China no setor. De acordo com o analisador de mercado GlobalData, mais de US$ 9 bilhões em dispositivos médicos baseados nesses metais de terras raras foram vendidos em todo o mundo em 2024. Estima-se que esse mercado atinja mais de US$ 15 bilhões até 2036. Devido à alta dependência desses mercados em metais chineses, é possível que os controles de exportação façam com que o mercado cresça a um ritmo mais lento ou se contraia, dependendo da severidade dos controles e da implementação de restrições adicionais.
Beauchamp conclui: “Há muita incerteza para os fabricantes de dispositivos médicos à medida que a guerra comercial entre a China e os EUA continua. Como a China é atualmente a principal produtora de metais de terras raras, os fabricantes de dispositivos médicos continuarão a depender do país para os componentes necessários para a tecnologia médica de ponta. À medida que a incerteza em torno da relação entre os EUA e a China persiste, resta saber o que será exigido das empresas de dispositivos médicos para se adaptarem”.
Carregando recomendações...