Brasil Mineral Logo
LÍTIO

“O Brasil entra no mercado pelo tapete vermelho”

“O Brasil entra no mercado pelo tapete vermelho”

“Hoje temos uma vantagem competitiva brutal, em função de podermos ter um lítio de valor agregado, ambiental e socialmente sustentável."

“O Brasil entra no mercado de lítio pelo tapete vermelho”. Foi o que afirmou Ana Cabral-Gardner, Co-CEO da Sigma Lithium, durante o Forum Brasileiro de Investimentos em Mineração, realizado pela Rede Investmining. A empresa está implantando um projeto no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões menos desenvolvidas – econômica e socialmente – do estado de Minas Gerais e a partir de 2023 poderá se tornar a terceira maior produtora mundial de lítio grau bateria. Atualmente, é o maior investidor no Vale do Jequitinhonha e 72% da sua força de trabalho é da região,

“Hoje temos uma vantagem competitiva brutal, em função de podermos ter um lítio de valor agregado, ambiental e socialmente sustentável. Em razão disso, estamos conseguindo conquistar mercado à custa de produtores grandes, que já existiam há 10 ou 20 anos”, diz a executiva.

Ana Cabral explica que a Sigma Lithium, que é listada na TSX (no Canadá) e Nasdaq (a bolsa americana de empresas de tecnologia) se tornou um líder global em ESG, tendo sido inclusive reconhecida na COP de 2019 e participado do diálogo de alto nível da ONU para transição energética, juntamente com a Vale. O projeto da Sigma, segundo Ana Cabral, é ambientalmente sustentável porque a planta não usa rejeitos químicos no processo de separação e purificação do lítio, não utiliza barragem de rejeitos e faz empilhamento a seco em um circuito que a empresa testou e desenvolveu. É a única empresa de lítio do mundo que empilha 100% dos rejeitos a seco, incluindo os ultrafinos, e toda a água é retirada e reutilizada, o que significa que 100% da água volta para o processo mineral. “Com essas características, bypassamos três elos da cadeia e temos como clientes os produtores de bateria, que por sua vez fazem o comissionamento do refino final do concentrado pré-químico em químico”. E os clientes de nossos clientes são as empresas que todos conhecem: Volkswagen, Tesla, Fiat, GM... A LG foi escolhida porque é ela que tem tecnologia flexível em termos de bateria. Assim, vendemos para todo mundo via LG”, comemora Ana Cabral.

Ela explica que, no mercado do lítio, o Brasil terá que competir no fornecimento de produtos intermediários, porque “as fábricas de baterias têm que ficar ao lado da indústria automotiva, já que elas (as baterias) podem explodir e não se consegue seguro aéreo ou marítimo para transportá-las”. Assim, o objetivo é inserir o Brasil no midstream, “que é onde ocorre a grande criação de valor na cadeia, que vai do pré-químico até a pasta de catodo”. No caso da Sigma, segundo ela, a empresa podia ter optado por instalar a planta no Canadá, mas preferiu o Brasil, pelo propósito social. Porque no S (o Social do ESG), o impacto que conseguiu causar no Jequitinhonha “é exponencialmente maior do que se fosse em qualquer outro lugar do mundo”.

A executiva elogiou as recentes mudanças efetuadas pelo governo na legislação sobre a comercialização do lítio. A legislação anterior exigia que as importações e importações de lítio fossem pré-autorizadas por uma comissão, o que foi revogado. E disse que “o ambiente regulatório de negócios está cada vez mais inserindo mais o Brasil no contexto mundial”, acrescentando que a incerteza, mais que o risco, afasta o investidor. E defende que, no mercado midstream do lítio, “o Brasil é imbatível”

Carregando recomendações...

Artigos Relacionados