Para o Ibram, é questão de segurança nacional

Presidente do Ibram afirmou que o Brasil “é uma potência que tem pés de barro”, porque apesar de ser um maiores produtores agrícolas, mantém uma dependência de 70%.
Para o Brasil, aumentar a produção interna de fertilizantes é questão de segurança nacional. Foi o que afirmou o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, durante um dos painéis do 9º. Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos), em São Paulo, no dia 23 de agosto. Ele acrescentou o Brasil “é uma potência que tem pés de barro”, porque apesar de ser um maiores produtores agrícolas do mundo, mantém uma dependência externa de 70% dos fertilizantes que utiliza. “A guerra Rússia x Ucrânia revelou uma fragilidade do Brasil que não pode continuar”, observou ele, que também defendeu a mineração em qualquer lugar do território nacional (incluindo territórios indígenas), desde que realizada de forma responsável, respeitando as comunidades e o meio ambiente. Jungmann também afirmou que o Brasil precisa investir mais no conhecimento do seu subsolo, inclusive com a participação de investimentos privados para alavancar a pesquisa mineral.
Coordenado por Arthur Liacre, da Mosaic, o painel “Investimentos e Produção Nacional de Fertilizantes”, reuniu também Bruno Caligaris, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e Marcos Stelzer, CEO da Fosnor – Fosfatados do Nordeste.
Falando sobre o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado este ano pelo governo federal, Bruno Caligaris disse que o objetivo é “trazer um farol para a comunidade que trabalha com fertilizantes”, acrescentando que o governo já vem adotando medidas para estimular o setor, como a criação de um regime tributário especial para a cadeia de fertilizantes e o estabelecimento de linhas de crédito para empresas do setor via BNDES e Finep.
Marcos Stelzer, por sua vez, apontou a isonomia tributária como uma medida essencial para o setor, mas queixou-se das dificuldades e morosidade no licenciamento ambiental para projetos de fertilizantes integrados e da falta de mecanismos de financiamento compatíveis com o tempo de maturação dos projetos. Ele defendeu que sejam admitidas as debêntures incentivadas, assim como existe para o setor de construção.
Arthur Liacre lembrou que a oferta nacional de fertilizantes é proporcionada por empresas brasileiras nacionais e multinacionais, que possuem 20 operações em 10 estados, empregando 30 mil pessoas. Os produtores locais de fertilizantes constituem o quarto maior segmento da indústria química e o quinto da mineração, lembrou, salientando que o segmento ganhará cada vez mais importância no futuro, pois o protagonismo do Brasil como produtor de alimentos aumentará.
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