
A Aura Minerals registrou receita líquida de US$ 161,804 milhões no primeiro trimestre de 2025, valor 23% acima em relação ao mesmo período do último ano e impulsionado principalmente pelo aumento das vendas e do preço do ouro, e 6% abaixo em relação ao quarto trimestre de 2024, devido ao menor volume comercializado. As vendas em volume caíram 12% no trimestre na comparação com os três meses iniciais de 2024 e 13% quando comparadas ao trimestre anterior. Esse resultado ficou em linha com as expectativas da Aura, de forma a refletir o impacto temporário em Aranzazu devido à manutenção programada e menor rendimento, além de um material desafiador com alto teor de argila, que acabou afetando a recuperação. A operação de Minosa e Apoena teve teores mais baixos em função do sequenciamento de mina, conforme previsto nos respectivos planejamentos. Em Apoena, a produção totalizou 8.876 GEO, representando um aumento de 25% em relação ao quarto trimestre de 2024, impulsionado principalmente pelo aumento de 16% nos teores de minério e a melhora de 6% na recuperação da planta. Almas também seguiu a estratégia de sequenciamento, o que resultou em maior movimentação de estéril e menores teores.
O preço médio de venda do ouro subiu 8% no trimestre em relação ao quarto trimestre de 2024, sendo a média de US$ 2.786/oz no trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2023, o preço médio do ouro subiu 39% entre janeiro e março de 2025. O preço médio de venda do cobre subiu 3% em relação ao último trimestre de 2024, sendo a média de US$ 4,26/lb no trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2024, o preço médio do cobre subiu 11% no primeiro trimestre de 2025.
O EBITDA Ajustado totalizou US$ 81,5 milhões no trimestre, aumento de 12% sobre o último trimestre de 2024. Este é um novo recorde da Aura, sendo o terceiro consecutivo. Esse aumento se deve principalmente ao aumento do preço do ouro, parcialmente compensado pela redução esperada no volume de vendas no trimestre. Em relação aos três primeiros meses de 2024, o EBITDA Ajustado cresceu 53%. O AISC (All-in Sustaining Cost, custo total por onça de ouro equivalente) no 1T25 foi de US$ 1.461/GEO, acima do reportado no 4T24 (US$ 1.373/GEO), devido a maiores custos em Aranzazu e Almas, e menores AISCs em Apoena e Minosa, enquanto o Fluxo de Caixa Livre Recorrente atingiu US$ 27 milhões no trimestre, reflexo de um EBITDA consistente no período. A Dívida Líquida da companhia foi de US$ 271.941 no 1T24, devido a um Capex de US$ 52 milhões, majoritariamente relacionado à fase final da construção do projeto Borborema, ao pagamento de dividendos e à recompra de ações (US$ 19,5 milhões no total), ao pagamento de impostos anuais (US$ 16,9 milhões), aos fortes resultados operacionais de 2024, e à aquisição da Bluestone (US$ 18,5 milhões pagos em numerário). O índice dívida líquida/EBITDA dos últimos 12 meses no final do 1T25 foi de 0,9x.
“Iniciamos 2025 com um forte ritmo operacional, com resultados alinhados às nossas expectativas, e esperamos um desempenho ainda mais sólido nos próximos trimestres, à medida que Borborema deve iniciar sua produção comercial ao longo do terceiro trimestre. No primeiro trimestre, alcançamos um novo recorde de EBITDA Ajustado em base LTM, totalizando US$ 295 milhões, com um preço médio do ouro de US$ 2.500 por onça — valor significativamente inferior aos preços atuais. A conclusão do projeto Borborema dentro do prazo e do orçamento estabeleceu um novo marco para a Companhia, com a construção finalizada em apenas 19 meses e sem o registro de incidentes com afastamento”, disse Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals. O Projeto Borborema iniciou sua fase de ramp-up conforme o cronograma e o orçamento planejados, de modo que a mina e a planta já estão em operação. A Aura espera alcançar a produção comercial até o terceiro trimestre de 2025. Borborema tem potencial para se tornar um ativo-chave no portfólio da Aura, uma vez que a expectativa é de ter a segunda maior produção anual de ouro entre as cinco minas em operação. Executado em apenas 19 meses e sem acidentes com afastamento, o projeto exemplifica o compromisso da Aura em desenvolver operações simples, escaláveis e eficientes. O projeto também é uma referência do ponto de vista de ESG dado que incorpora fontes de energia renovável e utiliza água cinza proveniente do município local. Localizada em Currais Novos, no nordeste do Brasil, a mina a céu aberto é 100% da Aura e deve produzir entre 33.000 e 40.000 onças em 2025, conforme o último guidance. O ramp-up segue de maneira sólida, sustentado por fundamentos econômicos robustos, incluindo uma TIR após-impostos de 41,8% (não alavancada) e de 81,4% com 50% de alavancagem, considerando um preço do ouro de US$ 2.600 por onça. Esses retornos ainda não contemplam o potencial de valorização adicional de possíveis futuros aumentos de reservas, especialmente após a relocação da rodovia conforme o planejado.
Dividendos
O Conselho de Administração da Aura Minerals aprovou o pagamento de um dividendo de US$ 0,40 por ação ordinária (aproximadamente US$ 30,0 milhões no total). O pagamento excede o valor mínimo previsto na Política de Dividendos da companhia e inclui, ainda, o montante de US$ 13,5 milhões recebido pela Aura em abril de 2025, referente a um crédito decorrente da alienação do projeto Serrote à Appian Capital LLC, realizada em 2018.
Oferta nos EUA
A Aura comunicou ainda aos seus acionistas e mercado em geral que apresentou, de forma confidencial, minuta de formulário de registro em Formulário F-1 à Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos da América (SEC), em conexão com uma potencial oferta pública de ações. A referida oferta pública contempla o registro e a listagem das ações ordinárias de emissão da Companhia nos Estados Unidos. A oferta pública está condicionada à conclusão do processo de análise da SEC, bem como à existência de condições favoráveis de mercado e demais fatores relevantes.
Neste momento, não foram definidos o número de ações ordinárias a serem ofertadas nem a faixa indicativa de preço da potencial oferta. A potencial listagem no mercado norte-americano está em linha com a estratégia da Companhia de maximização de valor para os seus acionistas, além do foco em aumento da liquidez das ações e de consolidar da base de negociação no mercado de capitais dos Estados Unidos.
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