O projeto de minério de ferro Simandou, da Rio Tinto, na Guiné, está próximo de realizar os primeiros embarques e, com isso, escrever um novo capítulo no processamento de valor agregado para a economia rica em minerais da África Ocidental. Embora o empreendimento de US$ 23,2 bilhões tenha sido inicialmente concebido para mineração e exportação, o governo guineense está pressionando por mais beneficiamento local. Em entrevista ao The Australian Financial Review, o ministro do Planejamento e Cooperação Internacional do país, Ismael Nabe, afirmou que o processamento downstream é fundamental para o crescimento de longo prazo da Guiné. “Queremos construir uma refinaria na Guiné. Esse é o nosso plano. Vamos construir refinarias, sejam de bauxita ou minério de ferro", disse ele.
A mensagem é objetiva e a Guiné quer evitar o modelo histórico de embarque de matérias-primas para o exterior. Nabe afirmou que um maior processamento no país fortaleceria tanto as comunidades locais quanto as parcerias internacionais. "Queremos nos desenvolver, queremos nos transformar localmente. Queremos usar esse dinheiro para desenvolver outros setores, como agricultura, educação e infraestrutura”.
Para a Rio Tinto e e seus parceiros, que incluem a Chinesa Baowu e a Chinalco, a perspectiva de investimentos adicionais em usinas de pelotização ou refinarias pode se alinhar ao impulso das siderúrgicas globais em direção a matérias-primas de maior qualidade e produção com menor emissão. "Estamos comprometidos em trabalhar com nossos parceiros industriais e o governo em um estudo de viabilidade para a construção de uma usina de pelotização, o que nos ajudará a entender a viabilidade e as opções disponíveis em conjunto", disse um porta-voz da Rio Tinto. "No momento, estamos focados em entregar os primeiros carregamentos de Simandou”. A Rio Tinto divulgou uma atualização sobre Simandou em seus resultados de produção do segundo trimestre, informando que o primeiro embarque ocorrerá em novembro, com volumes de 500 mil a 1 milhão de toneladas previstos para 2025.
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