O Serviço Geológico do Brasil (SGB) lançou o painel interativo “Informe de Recursos Minerais – Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil: Estado de São Paulo – Fase I”, como parte da série Insumos Minerais para Agricultura, dentro do Programa Mineração Segura e Sustentável. A iniciativa tem como meta identificar, mapear e caracterizar fontes de agrominerais, com foco nos remineralizadores de solos, contribuindo para a sustentabilidade agrícola e para a redução da dependência externa de fertilizantes.
O estudo tem como destaque os agrominerais silicáticos (AGSi) — rochas derivadas de materiais silicatados que podem ser utilizados como remineralizadores (REM) ou fertilizantes silicáticos (FSi). Os produtos são classificados como fertilizantes minerais simples ou mistos e ganham cada vez mais espaço como alternativas sustentáveis ao uso de fertilizantes químicos tradicionais, sobretudo em práticas ligadas à agricultura regenerativa e à economia circular. Para o SGB, os benefícios desses novos insumos vão além da simples oferta de nutrientes às plantas. Eles promovem o estímulo da atividade biológica do solo, aumentam a retenção de água, melhoram a estrutura física do solo e favorecem a fixação de matéria orgânica. O uso crescente dos REM e FSi contribui diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a valorização de subprodutos da cadeia mineral brasileira.
O painel mostra que o estado de São Paulo tem 642 municípios com significativa produção agropecuária. Em 2023, o estado registrou uma produção agrícola de 465 milhões de toneladas, com destaque para cana-de-açúcar (43,9 milhões de t), milho (4,8 milhões de t), soja (4,9 milhões de t) e laranja (13,6 milhões de t). O valor da produção agrícola superou R$ 101 bilhões, enquanto o rebanho total chegou a 69 milhões de cabeças, com predomínio de galinhas e bovinos. Na área geológica, foram coletadas 207 amostras de rochas em São Paulo, sendo a maior parte do Grupo Serra Geral. Os tipos de rochas mais frequentes foram basalto (113 amostras) e diabásio (43 amostras), amplamente reconhecidos como potenciais remineralizadores. As amostras foram classificadas entre rochas, finos de britagem e filler, com predominância absoluta de rochas brutas.
O painel também apresenta o marco legal que regulamenta o uso desses insumos no Brasil. Dentre as normas destacadas estão a Lei 6.894/1980, sobre fiscalização de fertilizantes; Lei 12.890/2013, que inclui remineralizadores na categoria de fertilizantes; Decreto 8.384/2014 e IN MAPA nº 53/2013, que tratam de produtos minerais secundários e o IN nº 5/2016, que estabelece os critérios técnicos de uso dos remineralizadores. Com o painel, o SGB reafirma seu compromisso em fomentar a inovação na agricultura por meio da mineração. A intenção é ampliar o uso de fontes minerais nacionais, promover a autossuficiência do Brasil na produção de fertilizantes e fortalecer as cadeias produtivas locais de forma sustentável. O produto é resultado do trabalho técnico das pesquisadoras Alessandra Elisa Blaskowski, Simone Zwirtes e Sérgio Azevedo Marques de Oliveira, com execução do dashboard por Rogério Celestino de Almeida.
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