Workshop na Fiesp mostra avanços da mineração paulista em ESG

Evento reforça o compromisso do setor mineral com a sustentabilidade e lança livro sobre transformações de áreas mineradas em São Paulo.
No último dia 10 de outubro, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) sediou um importante encontro para o setor mineral paulista: o Workshop ESG – SINDAREIA, promovido no âmbito da Comissão ESG do Sindicato da Indústria de Mineração de Areia do Estado de São Paulo (SINDAREIA).
O evento reuniu especialistas, representantes do poder público, acadêmicos e empresários para discutir os eixos ambiental, social e de governança (ESG) aplicados à mineração de agregados, reafirmando o compromisso do setor com a transparência, a inovação e o desenvolvimento sustentável.
O primeiro painel, “Regulação da Mineração em São Paulo”, foi moderado por Fernando Valverde, geólogo, presidente executivo da ANEPAC e conselheiro de Brasil Mineral, reconhecido nacionalmente por sua atuação em economia mineral e regulação do setor. Participaram Lilia Mascarenhas Sant’Agostino, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL)e também membro do Conselho Consultivo de Brasil Mineral; Marcus Vinicius de Oliveira, gerente regional da Agência Nacional de Mineração (ANM); e Ricardo Miguel Fernandes do Nascimento, diretor de Operações Viárias.
Valverde destacou que os agregados são os principais produtos minerários do Estado de São Paulo, com 166 milhões de toneladas produzidas em 2024 — sendo 66 milhões de toneladas de brita e 97 milhões de toneladas de areia. Lilia apresentou as iniciativas do Estado voltadas à elaboração do Plano Estadual de Mineração 2050, ao zoneamento minerário e à certificação de empresas e produtos minerais, com foco em um modelo de desenvolvimento sustentável. Ricardo destacou o trabalho de fiscalização de peso nas rodovias, realizado com balanças móveis e em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, reforçando o papel do DER na segurança e regularidade do transporte mineral. Marcus Vinicius apresentou dados da produção de areia em 2023, evidenciando a liderança de São Paulo no ranking nacional, com R$ 533,2 milhões em valor de produção e 16,1 milhões de toneladas, seguido por Minas Gerais (R$ 268,5 milhões / 6,8 milhões t) e Paraná (R$ 217 milhões / 7,2 milhões t). Ele ainda destacou o plano de fechamento de mina com o eixo ambiental (físico, químico e biológico), social (contaminação, desamparo e migração) e econômico (emprego e renda, receitas municipais e diversificação da economia).
O segundo painel, “Boas Práticas no Setor de Mineração”, destacou iniciativas concretas que demonstram como a atividade pode ser conduzida de forma responsável, eficiente e transformadora. Sob a moderação de Karen Pizzotti, engenheira e relatora da ABNT PR 2030-2, o painel contou com Jaqueline de Freitas, Engenheira Geóloga, Clory Pacheco dos Santos, Engenheiro de minas, Sandra Maia de Oliveira, Bióloga e Engenheira Agrônoma e Joelma Adriana Camargo, Formada em Contabilidade e Gestão de Recursos Humanos, Diretora Administrativo da APAE de Iperó, que compartilharam suas experiências no setor de agregados. Jaqueline enfatizou a mineração urbana como solução estratégica para a crise hídrica, ressaltando o papel do setor no uso racional dos recursos naturais. Sandra Maia apresentou as boas práticas da empresa AB Areias, incluindo a gestão responsável de resíduos, a implantação de energia solar flutuante e a proteção de dados corporativos, reforçando que “o ESG não é exclusividade de grandes corporações; qualquer empresa pode iniciar sua jornada sustentável com pequenas ações e evoluir para projetos de inovação tecnológica”. Clory Pacheco destacou a governança corporativa como pilar essencial para a consolidação das boas práticas, enquanto Joelma Camargo abordou a inclusão social e a política de “mineração de portas abertas”, que promove o diálogo e a transparência com a sociedade.
Encerrando as discussões técnicas, o terceiro painel, “Pós-Mineração: Uso e Transformação de Áreas Mineradas”, foi moderado pelo advogado Luiz Souza Lima da Silva Carvalho e apresentou casos reais de recuperação ambiental e requalificação territorial. Participaram Marcelo Fernandes dos Santos (Itaquareia), Renato Machado Luz (Pirâmide Extração e Pedreira RP Minérios) e Reginaldo Silvestre (MGA e Multiambiente Consultoria). Marcelo apresentou projetos emblemáticos da Itaquareia, como: Aterro da Cava de Mineração – uso de materiais inertes provenientes de grandes obras de infraestrutura; Usina de Reciclagem de Agregados – processamento de entulhos para produção de agregados miúdos reciclados; e Polo Residencial e Comercial – novos empreendimentos habitacionais, com início previsto para 2028. Renato Luz destacou o legado familiar na mineração e o compromisso com práticas responsáveis e sustentáveis na transformação de áreas pós-mineradas. Reginaldo Silvestre apresentou o lançamento do livro “Transformações das Áreas de Minerações de Agregados e Industriais no Estado de São Paulo – Passado, Presente e Perspectivas para o Futuro”, de autoria de Hércio Akimoto, Luana Oliveira, Reginaldo Silvestre e Danilo Amaral.
O encerramento do Workshop foi conduzido pelo presidente do SINDAREIA, Anselmo Luiz Martinez Romera, que destacou a importância da colaboração e do diálogo para o futuro do setor:
“A participação de todos é o que dá sentido a este evento. Espero que cada um saia daqui melhor do que chegou — com novas ideias, informações enriquecedoras e a certeza de que estamos construindo juntos um setor cada vez mais sustentável. Que possamos seguir unidos, levando adiante a missão de comunicar, transformar e consolidar a mineração de areia como uma atividade essencial e sustentável para o desenvolvimento do nosso Estado.”
Livro mostra casos reais de áreas mineradas transformadas
A obra reúne 30 casos reais de áreas mineradas transformadas em espaços de convivência, lazer, preservação ambiental e empreendimentos urbanos, consolidando uma nova narrativa sobre o legado positivo da mineração paulista.
“O livro buscou sair do âmbito técnico, utilizando uma linguagem simples e ilustrada para mostrar as diversas possibilidades de requalificação de áreas mineradas. A ideia é contribuir para uma visão mais realista, positiva e construtiva da mineração em São Paulo e no Brasil”, destacou Hércio Akimoto.
Já Reginaldo Silvestre ressaltou o caráter histórico e social da obra: “A mineração no Estado de São Paulo tem história, e os novos usos das áreas anteriormente mineradas mostram como o setor pode gerar benefícios significativos à sociedade.”
O lançamento do livro marcou o encerramento de um dia dedicado à reflexão, à troca de experiências e à valorização da mineração responsável, reafirmando o protagonismo do SINDAREIA e de sua Comissão ESG na construção de uma mineração mais ética, inovadora e comprometida com o futuro.
O livro “Transformações das Áreas de Minerações de Agregados e Industriais no Estado de São Paulo” está disponível para aquisição pelo email: oliveira.luanaa87@gmail.com ou hak@mgamineracao.com.br
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